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segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Cacetinhos Amassados

Minha teimosia e eu já entramos em muitas ciladas, mas aprendemos muitas e importantes lições. A vida e seus fatos sempre tem dois lados. O que está diante dos nossos olhos e a interpretação do que aquilo pode realmente pode significar.

Na minha adolescência, eu fui apaixonada por um menino com quem troquei uns beijinhos umas duas vezes e fiquei o resto do ano fantasiando um novo encontro. Também lembro do silêncio dos nossos tímidos e constrangedores encontros. Sem afinidade, sem diversão. Era só um coraçãozinho burro pra caramba batendo descompassado. Além de uns beijos babados que me faziam chegar em casa com cheiro de saliva, como se tivesse ganhado um carinho de um filhote de labrador. Hoje lembro destas cenas e concluo que eu insistia em coisas que não tinham nada a ver comigo. Eram frutos de projeções, do que eu queria que o outro fosse e excessos de romantismos. Frutos que só consequentemente só geravam frustrações.

No final da adolescência tive o pior namoro do mundo e isso foi uma das coisas mais preciosas que aconteceu na minha vida inteira. Calma, se você não entendeu, leia o que escrevi lá no primeiro parágrafo. Meu namorado era infiel. Mas era um caso patológico e realmente sério. Algo como dupla personalidade. Lembro que entre tantas infelizes descobertas descobri que o dito cujo tinha um harém. Era o namorado perfeito na frente da minha família e um garanhão de primeira na minha ausência. Depois de um ano, comendo 365 cacetinhos amassados pela besta eis que, criei coragem e vi que não tinha nada a perder terminando aquela relação doente. Ah, detalhe, este término foi no dia dos namorados. Eu transformei todos os cacetinhos amassados, os sapos engolidos e os leões matados em uma vitamina super poderosa da minha auto suficiência. Conhecia alguém em uma semana e na semana seguinte já estava botando o dito cujo na prensa: vem cá meu filho, quais são tuas intenções comigo?
Claro que este excesso também não funcionou. A rotatividade era oposta a qualidade. Foram necessárias algumas feridas a mais. Mas sempre tive muita sinceridade. Se eu não soubesse o que eu queria, eu pelo menos já tinha consciência do que eu não merecia. E entre isso tudo sempre houve muita consciência de quem eu era. Quando terminada uma historinha ao invés de pensar que o erro era meu ou me sentir culpada por algum motivo, eu pensava que ele era inferior ao que eu merecimento. E depois de ter perdido um ano com um alguém que estava longe de ser o que mereço, decidi que não ia dar a mais ninguém esta ousadia. Aos poucos nascia uma mulher que achava que livros, textos, viagens, família, amigos, cinema e a paz de estar consigo mesma, eram mais dignas que a companhia de um Zé qualquer que não sabe o que quer da vida. É bom ser feliz sozinha! Aliás, é necessário. Mas também não dá para virar o Bob Generic e passar o tempo inteiro dentro de um fantástico mundo.

Hoje aos vinte e todos anos, me tornei consciente dos meus valores e busco meus semelhantes. Depois de ter levado alguns cortes de cacos de vidro aos poucos tenho aprendido a reconhecer as pedras preciosas. Tenho um coração aberto as surpresas do acaso. 
Não gosto de economia de boas energias. Mas isso não significa distribuição gratuita, nem auto desperdício. Permanência é uma questão de conquista.
Atraímos o que emanamos e o fato de alguém não permanecer em minha vida, não é mais motivo de tristeza. A auto estima sempre presente, ensinou que,
 não se lamenta, se agradece. Mas agradece de verdade! A gente só recebe o que merece. E o que não trás felicidade, fortalece!



*cacetinho = pão francês, pão de trigo, pão de sal ou seja, é pão. Pelo menos lá no meu estado ele tem este único significado!

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