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terça-feira, 27 de maio de 2014

O que vou ser quando crescer, agora que já cresci.

Lembro de quando criança ter respondido ao "o que você quer ser quando crescer" da seguinte forma. Peguei minha folhinha e a dividi em quatro retângulos. No primeiro deles me desenhei fazendeira. Oi? Isso só pode ser obra do meu inconsciente interiorano com descendência Mato Grossense. No segundo, me desenhei médica pediatra. De onde saiu também não sei. Acho que achava legal a vida da Tia Dica, minha pediatra na época, em seu consultório cheio de brinquedos. No terceiro espaço me desenhei bailarina. Ta bom que aos 8 anos eu dançava até Gipsy Kings ao redor de uma fogueira imaginária. Mas no Brasil, depois de Ana Botafogo as únicas bailarinas bem sucedidas que conheci foram as louras e morenas do Tchan. E por último e não menos importante, me desenhei empresária, com direito a uma maleta embaixo do braço. Acho que por partes acertei. Não me vejo indo para uma empresa com sede convencional, mas me vejo menos ainda indo trabalhar para os outros. Posso não ser empresária, mas serei administradora do meu próprio nariz.

No final da adolescência, meus desejos já eram outros. Decoradora de ambientes arquiteta ou algo assim. Fiz até vestibular para arquitetura e para minha sorte, não passei. Uns anos depois fiz vestibular para administração. O curso ideal para quem não saber o que quer fazer da vida. E novamente, não passei. Um tempo depois decidida a fazer alguma coisa para ganhar dinheiro segui os conselhos de meu pai para me qualificar e trabalhar com TI. E lá fui eu, para o terceiro vestibular e dessa vez, para o meu azar, fui aprovada. Porém, ao invés de ganhar dinheiro eu perdi o pouco que tinha,  com as mensalidades do primeiro semestre, o único que fiz até concluir que definitivamente nada tinha a ver comigo aquele curso.

Uns anos depois conclui que um trabalho prazeroso não é o que dá só dinheiro, mas sim o que se faz com o coração. Logo pensei, vou transformar meu hobbie em algo rentável. Fiz vestibular, pela quarta vez, e já nem fiquei nervosa. Dessa vez para entrar em uma federal, no curso de jornalismo. Minha pontuação não foi suficiente para o jornal, mas foi para Filosofia. E aqui estou, filosofando, aos vinte e muitos anos, sabendo que vou me formar em desemprego. A filo vai me forma acima de tudo como ser humano. Além de ser parte do combustível para escrever. Quem sabe em breve não começo a publicar livros?

Mas se parece que está tudo resolvido, informo não. Além de não ganhar dinheiro escrevendo, nem estudando, eu ainda não ganho dinheiro fotografando. Ah, esse é outro hobbie que está sendo levado cada vez mais a sério. Eu trabalho com produção de eventos, especialmente os sociais e cerimoniais. Outra coisa muito bacana que  faço no momento é, viajar pelo mundo, sem pagar nada. Ou melhor, eu pago sim. Trabalho duro, atendo, sirvo, limpo, recolho, carrego bandejas e no final do mês recebo um ordenado razoável em moeda estrangeira. Além de visitar lugares dos sonhos, acordar um dia em cada país e poder falar mais dois idiomas (por enquanto).

Agora que já cresci, vejo que não me tornei nada daquilo que eu havia sonhado quando criança. Não me encaixo em um único rótulo. Não pratico ou me dedico a uma única atividade. Eu me tornei muito mais do que eu havia sonhado. Alguém apto a mudanças, a inovação e a evolução constante. Alguém que se auto experimenta, alguém que enriquece sua biografia com boas experiências. Alguém que com  muito orgulho não seguiu os padrões convencionais de estudar, formar, trabalhar, casar, procriar e assim por diante. Não perdi boas oportunidades, aliás, descobri que sou eu quem as faço. Eu ainda não cheguei a um resultado final. Não sei o que colocar no meu cartão de visitas. Não me resumo em poucas palavras e é por isso que vou continuar escrevendo, ops, crescendo.







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