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quarta-feira, 16 de abril de 2014

As maiores saias justas ao redor do mundo!


Não basta abrir mão de tudo em terra, compartilhar uma cabine minúscula com mais 3 pessoas, trabalhar muitas horas por dia, administrar as dores no corpo e a saudade. Você ainda vai passar por muitas saias justas fora do barco. Selecionei as minhas 3.

1º Compras frustradas na Turquia
Quando recebi meu primeiro salário estava ávida por comprinhas. Então um dia, desci com as colegas em Izmir, na Turquia, uma cidade portuária, com um ótimo comércio. Sai com pouco mais de cem euros, uma nota inteira e alguns trocados. Entramos em uma loja fast fashion, tipo uma prima turca da C&A. Escolhi um vestido e algumas daquelas peças que não preciso, mas gostei e vou levar, do tipo acessórios, meias e zas. Quando chegamos ao caixa, a primeira colega passou suas compras, e o moço do caixa usou aquela caneta que identifica notas falsas, se a caneta riscar na nota é porque a nota não é confiável. E a bendita riscou nas notas dela, mas ela, prevenida tinha mais dinheiro e conseguiu pagar suas compras. Quando chegou a minha vez, estava tranquila, afinal, o dinheiro novinho que eu acabara de receber a bordo, com certeza, era confiável. Mas me enganei, o brutamontes pegou meus suados cem euros e tascou a caneta, fez um risco amarelo na minha nota e perguntou se eu tinha outra. Eu disse que não. Ele disse que aquela nota ele não aceitava. Eu perguntei então, como faria para pagar. Ele disse que sentia muito, mas que como meu dinheiro não era confiável eu não poderia comprar. O queeee???? Cooooomo assim?
Falei todos os palavrões, não, quase todos. Poupei os de baixo calão, como sempre. E o que mais me indignava é que eu estava dando uma lição de moral e gastando meus seletos palavrões e o infeliz do turco não estava entendendo absolutamente nada.
No meio desta confusão toda, entra na loja a minha Best Friend on board e diz:
"- Niqui, tem uma loja linda aqui na frente, cê vai enlouquecer!"
Resumo, entramos na loja, fomos atendidas pelos proprietários, que eram os únicos que tinham uma leve noção de inglês. Fomos tratadas que nem princesas. Naquele dia voltei para o barco cem euros mais pobre, e com a mala muito mais cheia, de roupas lindas, por preços que se contar, nem eu acredito.


2º Buenos Aires, 50º!

No nosso primeiro porto em Buenos Aires, estava um calor absurdo. Me sentí queimando no mármore do inferno ao dar um rolé na calle Florida. Na ida, minha best friend on board e eu pegamos um taxi honesto. Na volta o tempo estava curto, fomos em busca de um taxi, e eu que já conheço os taxistas da capital porteña de outros carnavais já estava preparada para algum golpe. Um deles queria nos cobrar 500 pesos, para andar 5 minutos. Oi? O outro, simplesmente arrancou o carro a hora em que perguntei se ele "prendia o taxímetro". Resumo, do final da Florida até o porto não era longe. Era só um caminho curto, porém desconhecido, em uma zona portuária, sob um sol que deixava o asfalto mais quente que chapa de xis. Fomos caminhando, caminhando, caminhando. E o tempo para chegar ao trabalho cada vez mais curto, até que tivemos a brilhante ideia de correr. Claro! Sair correndo, atravessando a rua no meio de caminhões, afinal, zona portuária. E o sol cozinhando todas as partes da nossa pele em que a roupa não cobria. Quando chegamos a cabine nos deparamos com a cor das nossas peles. Era um vermelho de gringo que passa o dia em copacabana sem protetor solar. Na cabine tomamos uma ducha, afinal e subimos para trabalhar uns 5 minutos atrasadas. Porém exaustas e com a pele cor de pimentão que  foi motivo de gargalhadas dos colegas. Naquele dia fomos carinhosamente chamadas de "well done", (carne bem passada) pelos colegas.



3º  O capuccino mais caro do mundo

Em Gibraltar, uma ilha no mediterrâneo que pertence a Inglaterra, era a minha última parada antes do desembarque. E, como eu já sabia que teria muitas horas de espera nos aeroportos, precisava de um lugar com internet para configurar meu computador. Só que a cidadezinha foi ficando deserta, as pessoas iam sumindo da rua, os bares e restaurantes fechando, e encontrar um local com internet foi ficando cada vez mais difícil. Restou só um pub, que acabou sendo o bar dos tripulantes. E lá havia o que eu precisava: wifi. Para não ficar chato, me infiltrar no meio da galera, colocar a senha da internet e depois sair sem consumir nada, eu pedi um capuccino, desses comuns. Capuccino, mesa a meia luz e computador, clima perfeito, para o namorado ficar com ciúmes, do computador, é claro. Usei a leeenta internet e consegui fazer parte do que eu queria. Na hora de ir embora, fui pagar e, adivinha? Cinco libras!!! O que? Cinco libras por um capuccino? Isso são 20 reais, por uma taça média, um namorado emburrado e meia hora de internet a lenha. O problema maior não é pagar 5 libras e sim, se sentir refém da falta de opção.

Dias depois, meu namorado encontrou uma moedinha no chão da cabine, e eu já havia guardado tantas moedinhas de tantos lugares que, já estava com medo que por conta delas eu corria o risco de pagar excesso de bagagem e, nem dei bola. Quando ele disse: "Ó, é uma libra!" Dei um pulo, na terra da rainha, uma libra vale um capuccino da minha terra. Passa essa moedinha pra cá.



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