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domingo, 4 de novembro de 2012

Carreira com prazer


Há cerca de dois anos tive o prazer de ir com meu avô a sua cidade natal e acompanhá-lo ao banco. Chegando lá ele encontrou velhos amigos, eram funcionários que trabalhavam lá há mais de 30 anos e estavam perto de se aposentar. Fiquei pensando, há trinta anos atrás eu nem era nascida e aqueles senhores já estavam com aquele crachá pendurado no pescoço. 

Quando alguém se esforça para passar em um concurso público em busca de estabilidade, eu imagino aquela pessoa indo todo dia para um ambiente de motivação duvidosa, com colegas acomodados que se ocupam entre as fofocas de setor e os copos de cafezinho. Será que isso é valido? Para ter a confiança de ganhar um salário razoável, ter plano de previdência, seguro de vida, plano de saúde, vale refeição, alimentação e tudo mais a que se tem direito? O que é estabilidade? É sacrificar anos da vida para cumprir horário em troca de um salário razoável e uma aposentadoria tranquila?

Trabalhar oito horas por dia durante pelo menos 22 dias por mês, 11 meses ao ano, são aproximadamente 1936 horas anuais, considerando que você fique lá no emprego estável durante 30 anos, significa que você passará cerca de 10 anos inteiros de sua vida desenvolvendo a mesma atividade no mesmo lugar. Significa que durante 10 anos inteiros você vai acordar no mesmo horário, bater o ponto, encontrar as mesmas pessoas, fazer o mesmo trajeto, carregar o mesmo crachá pendurado no pescoço e cumprir com todas as demais tarefas que alguém que tem um emprego estável cumpre. Levando este tipo de rotina só posso ter certeza de que são essas as pessoas que carregam a time line das redes sociais com frases de idolatria as sextas feiras. Estas me dão a impressão de que não encontram prazer nas atividades que desenvolvem.

Tão admirável quanto alguém se esforça para conquistar um cargo público, é alguém que joga a estabilidade e o salário razoável para o alto. Digno é quem empreende. Quem larga a vida na metrópole e vai morar onde até então só passava férias. É quem começa do zero, quem tira um sonho do papel, quem ousa recomeçar. Digno de admiração não é quem conquistou a estabilidade, mas sim, quem inseriu o prazer no expediente. Quem tornou o hobbie uma profissão, quem vive da sua arte, quem coordena seus dias e horários de expediente. É quem une uma rotina de trabalho, ao prazer e a felicidade.

Ter uma aposentadoria tranquila é tão merecido quanto ter felizes anos de trabalho.
Liberte-se do convencional e transforme o trabalho em prazer. Liberte-se da estabilidade e vá em busca primeiramente da liberdade!

Um comentário:

  1. Sabe que antigamente eu pensava assim, mas depois de analisar alguns casos (alguns, pq outros são exatamente como o que vc citou... rs) percebi que as vezes a busca por essa estabilidade se recompensa pelas horas de descanso ou com a família durante a semana, que não exige horas extras, nas viagens e passeios dos sonhos, devido a condição financeira que essa carreira estável proporciona. O investimento em um hobby que o tempo e a grana viabilizam...

    Enfim, percebi que as vezes trabalho, é apenas trabalho. Um modo de ganhar dinheiro e abrir portas para fazermos o que realmente nos dá prazer. (Não que trabalhar em algo que te deixa deprimido compense... Ai tb é demais.) Mas acho possível e até saudável tornar a profissão algo prazeroso, ao invés de somente tornar o prazer uma profissão, como vejo tão constantemente escrito nas revistas.

    P.S. Curti o teu blog! Voltarei mais vezes :)

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