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quinta-feira, 12 de julho de 2012

E esse ciúme?


Estava assistindo a novela das 21hs quando observei o ciumento personagem Leleco, interpretado pelo excelente Marcus Caruso. Completamente maluco, ele passa o tempo todo as voltas de encontrar chifre em cavalo, pêlo em ovo ou alguma traição da sua amada.
O pior é que este tipo de personagem também é super comum na vida real. Posso dizer com propriedade, durante um ano fui uma doente de carteirinha, protagonizei as mais vergonhosas cenas de ciúmes. Desenterrei ex, vigiava o telefone, as redes sociais, dava beliscão no meio da rua e essas coisas que a gente faz quando não está em uma relação de bem. Afinal, situações doentias não existem em relações saudáveis. Me considerei literalmente louca de amores. Aliás, amor? Literalmente louca e amor, são duas coisas que não cabem na mesma frase. Mas vamos focar no assunto da pauta; o ciúme.
O ciúme é uma atitude egoísta e doentia. Aquele argumento de quem ama sente ciúmes, quem ama cuida, que ama não-sei-mais-o-que para justificar o ciúme, não cola.
Costumo manter relações amistosas e de respeito com meus ex. O fato da relação homem e mulher por algum motivo não ter dado certo, não significa que aquela pessoa que participou de algum momento da minha vida tenha que ser descartada. E quando meus ex tem a sorte de encontrarem pessoas seguras de si e de seus relacionamentos tenho também a sorte de ser amiga das atuais dos meus ex. E isto é ótimo! Da mesma forma que não vejo problema do meu atual/futuro ser amigo de suas ex. Isso chama-se civilidade e auto confiança. Mas bem sabemos que nem sempre é assim que as coisas funcionam.

Quer um exemplo?
Tive um affair há alguns anos atrás. A historinha não durou mais de um mês, porém ele fez aniversário enquanto estávamos juntos e eu o presenteei com um cartão onde assinei Niqui Nazer. Alguns meses depois, não estávamos mais juntos, uma moça desconhecida chamada Valéria* me adicionou no Orkut dizendo querer fazer novas amizades. Eu apesar de não conhecê-la, aceitei por termos amigos em comum. Ok!
Mais de um ano depois, minha mãe trouxe o telefone celular dela com uma ligação para mim. Na linha um tal de Fabricio*. Fabrício? Eu conhecia uma única pessoa com este nome, mas não compreendi porque motivo ele ligaria para o celular da minha mãe.
Ao atender era exatamente ele. O ex affair de 2 anos atrás, dizendo que precisava me ver. Nos encontramos e entre outras confissões ele disse que nos últimos dois anos que estivemos “separados” em nenhum momento ele conseguiu esquecer de mim. Ele estava namorando neste período e toda a vez que ele e a namorada ciumenta brigavam ela dizia: “Vai procurar a Niqui Nazer!”
Acóóóde! Não acreditei! De onde ela sabia da minha existência? Havia mais de 2 anos que eu sequer tinha noticias dele, tampouco sabia que ele estava namorando. Sim minha gente, a então namorada fuçando nas coisas dele encontrou o bendito cartão que dei a ele de aniversário e me adicionou no Orkut para monitorar minhas relações. Como na cabeça de gente ciumenta se passa de tudo ela embestou em me desenterrar.
Resumo, a namorada de uma pessoa com quem tive um simples affair, me desenterrou do passado e fazia da minha figura uma assombração dentro do relacionamento dela mesma, enquanto eu viva minha vida lépida e saltitante sem nem sonhar com tal situação.
Lembrando de mim nestes dois anos de namoro, ao fim do relacionamento adivinha o que ele fez? Foi me procurar para quem sabe voltarmos! (oi?) Só que ele foi me procurar no meu antigo endereço, como não me encontrou, falou com o síndico e este por sua vez passou o contato da minha mãe. Veja só como são as coisas!

Se ele fosse o homem da minha vida eu convidaria a tal ex para ser madrinha do nosso casamento, pelo fato dela ter nos unido novamente. Mas ele não era o cara.

Desenterrar gente que não faz mais parte da vida do parceiro e usar a pobre criatura de algum lugar do passado, para assombrar a relação do presente, chama-se auto boicote. Se meu atual não tem relação com as ex porque é que eu terei de desenterrá-las?
E amigas? Se meu atual estava solteiro quando nos conhecemos é sinal de que todas as pessoas que apareceram na vida dele, a que houve um interesse mútuo e recíproco de se relacionar fui eu e ponto. Por que motivo criarei implicância com alguma amiga do meu feliz eleito? Bem sabemos que as amizades costumam ser mais duradouras que os namoros. Assim como diversos amigos já confessaram o ciúme de suas respectivas em função de nossa amizade, a troco de quê eu irei me expor a uma situação vergonhosa destas em relação as amigas de meu atual?
E quem tem amigos (simples relação de amizade com um ser do sexo oposto) sempre sofre a desconfiança da insegurança do parceiro alheio. Não entendo qual é a dificuldade das pessoas aceitarem que não tem posse sobre seus parceiros e por este motivo quererem privá-los de outras relações ou monitorar os contatos.

Claro, sabemos que nem sempre as relações de amizade são de simples amizade. Mas enquanto não tivermos provas concretas de segundas intenções de terceiros, é saudável e recomendável que ocupemos o tempo junto para curtir a relação ao invés de procurarmos tomada em focinho de porco.
Se de fato o parceiro tiver fortes tendências a infidelidade. Não gaste sua energia protagonizando cenas de ciúmes. Um fim no relacionamento resolve isso. Ta certo que pode até doer no inicio, mas é melhor que empurrar com a barriga uma situação de desconfiança e mútuo desrespeito.
Atual que se dedica a cuidar das ex, deve mesmo é se preocupar com as futuras. Afinal, quem não se dedica a relação, perde a vaga.


*nomes fictícios


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