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sexta-feira, 31 de julho de 2009

O passado, no passado!

Agora são 22hs e 12 min de uma noite fria de sexta feira. Depois de uma semana movimentadissima e infinitamente especial cá estou, exausta, de fones no ouvido, ao som de Bajofondo. E essa dose de tango com uma roupagem mais contemporânea lembra minha infância. Como já escrevi em outro texto, cresci ouvindo tango com meus avós na casa rosa em que morei com eles até meus cinco anos! Ah que tempo bom, que infância feliz eu tive! Lembro dos objetos, dos móveis antigos que compunham a mobília. Talvez venha dai meu apreço por móveis de antiquário. Lembro de uma cômoda que minha bisavó tinha em seu quarto, era cheia de gavetas e em uma das gavetas bem de cima era o esconderijo de uma caixa de fotos. Inúmeras vezes peguei a aquela caixa e sentei ao lado da bisa na cama e perguntava a ela quem eram as pessoas que estavam ali ilustrando os retratos e ela com a maior paciência do mundo repetia um por um como se eu nunca tivesse os visto antes! Nós também fazíamos chá de maçanilha, aquela plantinha que parece uma margaridinha tinha no nosso pátio, nos colhíamos e fazíamos o chá para comer com pão e nata no lanche da tarde! Minha bisavó faleceu a mais de 15 anos, eu estava na praia com meus pais, quando o telefone tocou no meio da noite, minha mãe me deu a noticia, eu era pequena e não tinha muito conhecimento sobre o que era a morte, mas minha mãe me disse que ela tinha virado uma estrela e estaria lá no céu! Pronto compreendi!

Depois disso em seguida meus avós se mudaram da casa rosa e os móveis foram vendidos.Tiveram que se desfazer daquelas peças únicas, jamais vistas igual e o chá de maçanilha eu nunca mais tomei, ficou como momento único ao lado daquela que foi tão especial no início da minha vida e que até hoje se faz presente!
Os inúmeros momentos que viví nesta fase da minha vida enriqueceram minha história, pois apesar de ser muito nova lembro perfeitamente de muitas coisas da época!

Mas querer resgatar o passado não é uma idéia muito inteligente, pois existem coisas do passado que não caberiam no presente! Os belos móveis de madeira podem ter adquirido cupim com o tempo. Assim como querer resgatar uma pessoa do passado também nem sempre é bacana, nós seres humanos estamos em constante evolução, mas existem coisas que estão arraigadas na nossa essência, e vá que aquele ser lá da adolescência tenha evoluído, mas manteu justamente aquela característica que mais nos desagrada?
Nessas horas o melhor que podemos fazer é respeitar a obra do tempo, que nos fez que nos fez superar e esquecer de algumas coisas, mas permitiu que nossa memória guardasse outras (preferencialmente as boas)!

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